Ele via que a borboleta fazia um esforço enorme para tentar sair através de um pequeno buraco, sem sucesso. Depois de algum tempo, a borboleta parecia que tinha desistido de sair do casulo, as suas forças haviam se esgotado.
O homem, vendo a aflição dela para querer sair resolveu ajudá-la: pegou uma tesoura e cortou o restante do casulo para libertar a borboleta. A borboleta saiu facilmente, mas seu corpo estava murcho e as suas asas amassadas.
O homem, feliz por ajudá-la a sair, ficou esperando o momento em que ela fosse abrir as asas e sair voando, mas nada aconteceu. A borboleta passou o resto da sua vida com as asas encolhidas e rastejando o seu corpo murcho. Nunca foi capaz de voar…
O homem então compreendeu que o casulo apertado e o esforço da borboleta para conseguir sair de lá, eram necessários para que o fluido do corpo da borboleta fosse para as suas asas para fortalecê-las e ela poder voar assim que se libertasse do casulo.”
Moral da história: às vezes o esforço é necessário para o nosso crescimento e fortalecimento.
Se por um lado gostei deste texto por haver dias em que me sinto borboleta enrolada no casulo, por outro, achei por bem publicá-lo ao encontrar paralelismos com o estado da nação.
Senão vejamos:
Portugal fazia um esforço enorme para tentar sair da crise através de um buraco, sem sucesso. Depois de vários PECS, o país parecia que tinha desistido de sair da crise, as suas forças haviam se esgotado.
A Troika, vendo a aflição de Portugal resolveu ajudá-lo: pegou uma tesoura e cortou tudo o que havia para cortar para libertar o país. Portugal safou-se da primeira crise dos juros, mas seu corpo estava murcho (aqui dá-se liberdade criativa ao leitor para escolher quem quiser, na personificação de murcho) e as suas asas amassadas.
A Troika, feliz por ajudar Portugal a sair da crise, ficou esperando o momento em que ele fosse abrir as asas e sair voando pelos mercados e pelo crescimento económico, mas nada aconteceu. O país passou o resto da sua vida com a sua autonomia encolhida e rastejando perante os credores o seu corpo murcho.
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